Minha tela
* Dia da Árvore
21 de setembro
Plantaram-me num solo ressequido
Mão carinhosa regou meu corpo inerte
Sumiu... não sei qual o motivo
As forças me abandonam, soa morte
Seis meses minha idade inda criança
Não darei sombra nem fruto suculento
Sorte ou sina dos que sem esperança
Vivem ou se aniquilam ao relento
Oi, pássaro, que me pousa no cantar
Traz para mim no teu bico um tiquinho
De água pra minha sede matar
Oh, amiga, dos meus ninhos solitários!
Que há de ti valer um pinço de água?
Se tua sede é maior que o itinerário
Do pingo que aqui leva á tua mágoa
Não se vá, meu velho companheiro
Em cada pingo a vida umedece
E pouco a pouco o firme nevoeiro
Quem sabe chora sua lágrima e prece
Oi, amiga! Que secura á tua pele!
Menina dá-me água tenho sede
Ó Deus sou pura e ouve minha prece
As nuvens rogaram ao tempo infinito
Compartilharam da prece da menina
O vento soprou qual santo aflito
Molhando a terra e alma que ilumina
Quatro em comunhão se abraçaram rindo
Ave, pássaro, menina e natureza
Mostrando que a nossa força pequenina
Cresce na fé, bondade, união firmeza
Salvem as árvores, nossa mãe vida!
Sonia Nogueira
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