segunda-feira, 18 de março de 2013

*COTIDIANO



*Cotidiano 

Silêncio nas madrugadas mudas,
só a voz do vento bate a janela.
A chuva tímida rabisca a lágrima,
lágrima triste que a mim se anela.

Voo na imensidão do pensamento
sem empecilho adentro tua alma
vazia, eu vi no olhar por telepatia
a melancolia, sina que me acalma.

Está aí no templo dos teus ventos
Regando a sintonia no cotidiano,
seria só ventura, mas os teus rebentos
ocultam as tormentas, vem o minuano.

Vento que varre, mas inda não limpa
a solidão que teu suor imprime.
Quisera fazer de ti à ressonância
das ondas sonoras partícula sublime.

Filtrar em cada emoção o teu pulsar
colando o ouvido no teu peito,
decifrar  horas e minutos do oculto
em cada pulsação vivendo o deleito

dos dias, dos segundos, dos encantos
que por aventura tiveste na passagem
dos anos peregrinos ,dos desencantos
sem mim, escondidos  na bagagem.

Retorno à madrugada dos silêncios,
o sonho sucumbiu sem teu olhar.
Em cada despertar no meu cotidiano
Esta angústia louca em te ocultar...

Sonia Nogueira
Sócia Efetiva da Academia Feminina de Letras do
Ceará- Presidente, Argentina Austregésilo

3º lugar no Prêmio Buruti.
Organizadora Jornalista, escritora,
 Rita Velosa, SP


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