quinta-feira, 29 de novembro de 2012

*REJANE COSTA BARROS




ENIGMAS
                               Rejane Costa Barros

Saber-se assim, solta no vento
é ter a sensação de que o pó da estrada
voou para longe.
Tenho chaves no peito que deságuam
minhas solidões
e vão abrindo os portões do meu celeiro.
O momento em que estou diante de ti



CANTIGA DE UMA SAUDADE
                                                           Rejane Costa Barros


Meus olhos vislumbram a sombra de uma casa antiga
e um cheiro de alfazema se mistura em longos golpes,
percorro toda a cor desta seara,
busco o repouso neste cântico de bem-te-vis.

Há sempre um pássaro rondando essas escrituras
nervosas palmas de uma lembrança muda
e me perco nesse cinza de tempestade,
nessa soleira debulhada de esperas,
neste anúncio enlouquecido de poeira
ergo-me e alço o voo sonolento dos esquecidos.

Minha palavra é áspero golpe de lança fria
sombra de um cão espreitando a noite e anunciando o dia
molhando o barro com suas intrigas,
uivando suas dores e recolhendo as fibras da noite gélida;
até meus cabelos têm sons, alma própria desafiando o nada.

Um trem interrompe esse silêncio manso e morno
e faz a viagem de volta, traz lembranças e sossegos,
recorda-me a solidão dos teus braços,
os segredos dos teus gritos e a ausência da tua fala em desalinho.
O que canto é uma cantiga de saudade, um lamento
e esta casa sem vigas, sem janelas, traz-me a toda hora,
a lembrança de uma infância perdida
revelando a cada minuto, as suas nódoas.

Por certo, outras saudades existem em mim
muito mais que essa oferecida há pouco
e por mais simples que sejam, vou reinventando novas datas
criando outros calendários, pronunciando outros discursos,
adormecendo meus fantasmas, pequenos sobreviventes.

Entrego-me neste silêncio e vou seguindo o frio e o açoite do vento
um dia volto, para rever teus passos, ouvir tuas sílabas,
mergulhar em outras dores, visitar outros regaços
e procurar a quem revelar os meus segredos!

*ESCRITURA DO CORPO





ESCRITURA DO CORPO

Rejane Costa Barros 


Dispo-me pela manhã e uma luz me invade a alma
vou-me repartindo em versos, em prosas, em laudas,
passeio pelo quarto à procura do teu vulto
o frêmito desejo da espera.

Aprender a esperar é ter sabedoria, habitar quimeras.
Nos dedos trago o gesto de um chamado
nas mãos a loucura das promessas
e os cânticos a entoarem horas e sílabas.
A voz derramada em gritos num cego espaço
um rio que se percorre e deságua nos poros.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

*CONVITE LANÇAMENTO




Convite Bienal


Bienal Internacional do Livro em Fortaleza-Ce,
Brasil, de 08 a 18 de novembro de 2012.

 Lançamento de livro:
 “Nas Entrelinhas”, 200 sonetos. Dia 16/11/2012 – 15 h

Estande 3 - Editora Premius - Na capa minha tela 


Revisora Eliane Arruda


Sonia Nogueira - abraços a todos

CONVITE LANÇAMENTO




Convite Bienal


Bienal Internacional do Livro em Fortaleza-Ce,
Brasil, de 08 a 18 de novembro de 2012.

 “A Pequena May”, 13/11/2012  - 15 h –

Espaço Natércia Campos.


Revisora Eliane Arruda


Sonia Nogueira