ENIGMAS
Rejane Costa Barros
Saber-se
assim, solta no vento
é
ter a sensação de que o pó da estrada
voou
para longe.
Tenho
chaves no peito que deságuam
minhas
solidões
e
vão abrindo os portões do meu celeiro.
vem
me destemperando a alma
e
fazendo com que eu ouça o silêncio
aquele
que amadurece as frutas
que
vingam em meu corpo.
O
mapa dos meus olhos
radiografa
teus caminhos
e
despe a cidade rasgando as pétalas do desejo.
Querer-te
próximo
é
roçar uma plantação de enigmas
ávidos
caçadores de palavras
escrevendo
poemas e soltando às estrelas
as
desalinhadas promessas.
A
noite se inscreve nessa história
como
se o vinho temperasse a solidão
e
abandonasse as escrituras,
jogasse
ao chão as folhas mortas,
e
rasgasse os absurdos, a falta de nexo, o desconsolo.
Minhas
sombras estão impregnadas nas areias da memória
por
ela vivo e dela me socorro.
Nas
dúvidas do caminho interrompido e sem amarras
às
vezes brotam em mim,urtigas.
Na
maioria das vezes, nascem em mim, gerânios
que
refletem imagens nas lâminas de vidro
pequenos
depositários dos meus anseios.
Abrigo
as estrelas e estendo as mãos
com
melancólicos versos de cantigas do amor distante,
assim,aponto
ao horizonte mirando os pássaros
do
meu destino, em curvas delineadas pela fragilidade
com
que o amor nos dilacera a alma,sangrando
os
musgos da nossa existência!
1º Lugar no Prêmio Costa Matos de Poesia 2010 - promovido pela
Academia de Letras
e Artes do Nordeste-ALANE
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